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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dia Nacional da Consciência Negra

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial e também pela liberdade de culto à religião e prática da cultura africana. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana-de-açúcar e legumes em geral.
Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.
Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695,“O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
A Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
O dia 20 de novembro é um feriado estadual em aproximadamente em 200 cidades no Brasil, mas segundo informações do Senado Federal, foi aprovado o projeto que declara esse dia como feriado nacional, apenas depende da aprovação da Presidente Dilma Roussef.
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e de reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional e também para pensar a respeito do porque da existência de um feriado. Será que o Brasil respeita sua diversidade cultural? Será que a sociedade brasileira atual ainda continua com os mesmos valores da época do Brasil Colonial?

O Brasil precisa de uma sociedade que reconheça a multiplicidade de classes, etnias e credos, e não um modelo de nação baseado em uma prometida utopia brasileira.
“A história foi roubada pela elite. O povo a terá de volta algum dia”.(ZARUR, 19--)



Fonte: Brasil Escola